Como é que nos construímos? Como é que nos conhecemos e podemos levar uma vida próxima da nossa essência? Emoções, valores, necessidades, experiências e expetativas sociais são apenas alguns dos fatores que contribuem para a formação da nossa personalidade. Um cocktail – por vezes tóxico – que é preciso aprender a navegar. Comecemos pelas emoções: de onde é que elas vêm e o que é efetivamente uma emoção?

As emoções são simples mensageiros e, no entanto, por vezes, apegamo-nos a elas, às nossas próprias emoções e às do outro, como se nos definissem. Hoje em dia, fala-se muito na importância em aprender a gerir as emoções. Certo, não vamos começar a distribuir raiva gratuitamente, mas e se as nossas emoções nos ajudassem a perceber quem nós somos e o que precisamos para estar bem? Por outras palavras, o que nos faz bem, dá-nos prazer; e o que nos faz mal, causa desconforto, códigos básicos para perceber o que está por detrás de determinada emoção. E, no entanto, penso que a maioria de nós ignora esta simples verdade constantemente. E, se passamos por cima das nossas emoções mais básicas, o que dizer de tudo o resto?

Gostaria que houvesse uma hora em nossas casas, uma disciplina na escola e uma formação obrigatória no local de trabalho intitulada Educação Emocional. Nessa disciplina aprenderíamos a ouvir e a conhecer as nossas emoções; a ver, não apenas o preto e o branco, mas também o cinzento e, quem sabe, o verde, o azul e até o roxo; desconstruiríamos crenças enraizadas; e despir-nos-íamos de ordens e expetativas. Nessa disciplina, aprenderíamos a olhar para dentro. Nessa disciplina, aprenderíamos a responder e a perguntar: quem és tu? Depois desse curso de formação inicial, faríamos outros. Aprenderíamos sobre quem queremos ser e o que queremos fazer quando formos grandes. Aprenderíamos a fazer estrada, a trilhar com os nossos próprios passos, desejos e vontades. Nessa disciplina, aprenderíamos a ser.

Imaginam uma vida onde pudéssemos ser exatamente quem estamos destinados a ser?

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