É preciso coragem para amar verdadeiramente, para nos expormos ao risco de não estar à altura e ao medo de termos algo enorme para perder. Ao amarmos tornamo-nos vulneráveis, pois amar é também dar poder ao outro. Ou assim a nossa sociedade o vê: efetivamente, quando alguém gosta de nós, podemo-nos servir desse amor para nosso proveito, para manipular o outro e forçá-lo a fazer até o que nunca tinha pensado fazer em nosso nome. Mas, e se olharmos esse poder como a uma força? O verdadeiro amor é serenidade, clareza e fonte de vida, sabermos que somos amados leva-nos a querer ir mais longe, a ser melhor e torna-nos capazes de enfrentar medos, doenças e outros desafios. Esse é o único poder que deveríamos atribuir ao amor.

Só os fortes conseguem olhar nos olhos do outro e dizer: tu importas, aos meus olhos tu tens valor. Poderíamos salvar o mundo, se fossemos capazes de reconhecer esta força que flui em todo o ser humano, se a acolhêssemos e tirássemos melhor proveito dela.

Sim, ao amarmos com todo o nosso coração, corremos o risco de nos magoarmos.

Mas, para mim, o maior risco é não viver.

Fraqueza é não beijar um companheiro, deixar de dar um abraço a um desconhecido, não fazer questão de dizer, a cada dia, o quanto amamos os nossos filhos ou não sermos capazes de dar uma palavra de apoio a um amigo.

Amar de coração fechado não é amar. Amar com orgulho, preconceito ou outros limites, não é amar. O verdadeiro amor é um acto de coragem, mas também de amor próprio e amor pelo mundo. Quando amo, dou; quando dou, recebo; quando recebo, estou feliz; e quando estou feliz quero dar mais ainda, porque o meu amor cresce. Eu sou a minha melhor e mais forte versão quando eu amo e dou.

Nascemos com a capacidade de sentir emoções e sentimentos muito potentes, como o amor, a empatia e a compaixão. Nos dias que correm, é preciso utilizar o melhor de nós. Só assim, conseguiremos transformar a sociedade e salvar a humanidade.

Para inspiração, consultem o projeto: The Revolutionary Love Project de Valarie Kaur.

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