"A inteligência emocional é a capacidade de identificar, compreender e usar as emoções de forma positiva para gerir a ansiedade, comunicar bem, demonstrar empatia, superar e resolver problemas e gerir conflitos.” (1)
O conhecimento e a gestão das emoções perfazem a base da inteligência emocional: termos a capacidade de perceber de onde vem determinada emoção, como é que ela se manifesta em nós, qual a sua verdade e como é que cada emoção afeta o nosso comportamento individual e a relação com o outro. No geral, dedicamos muito pouco tempo a tentar compreender e até mesmo a sentir as emoções que se manifestam em nós a cada dia, porém, enquanto ser humano, estamos constantemente a sentir emoções – as mais básicas, como a tristeza, a alegria e a fúria, bem como emoções mais complexas como o amor ou até a nossa capacidade de nos maravilharmos. Todas as emoções têm um impacto direto ou indireto na maneira como nos sentimos no nosso dia-a-dia e como gerimos as várias situações que se apresentam na nossa vida. É a nossa capacidade de gerirmos as nossas emoções – ou a nossa inteligência emocional – que nos permite sentir empatia pelo outro e gerir situações difíceis, tais como o conflito. É fácil percebermos quando as crianças ainda não têm a maturidade para gerir as suas emoções, até temos nomes para designar determinadas manifestações de frustração das crianças como as “birras”. Porém, nos adultos, é como se perdêssemos vocabulário: há adultos que têm verdadeiras birras, que têm comportamentos que não aceitaríamos nas crianças e, portanto, desculpamo-nos entre adultos. Ou então, quando as coisas são graves, insulta-se ou até se recorre à violência. Um adulto que recorre à violência é um adulto que não consegue gerir as suas emoções e que está desconectado da sua empatia e da sua inteligência emocional.
Independentemente de onde nos encontramos, é sempre possível melhorar: é possível diminuir uma taxa de pobreza infantil, de melhorar uma técnica de trabalho ou o nosso tempo para chegar ao fim de cinco quilómetros em corrida. Com a inteligência emocional também, sejamos crianças ou adultos, basta começarmos.
(1) Drigas AS, Papoutsi C. A new layered model on emotional intelligence. Behav Sci (Basel). 2018;8(5):45. doi:10.3390/bs8050045
Ilustração por Dan23