Sobre a conexão ao outro ou um obrigado aos meus amigos

Desde que me lembro de mim, que sinto uma grande conexão ao outro, adoro conviver e socializar, prefiro trabalhar em equipa do que sozinha, adoro a intimidade no casal, os almoços de amigos que se prolongam até à noite, as conversas longas e, nas viagens, o que mais aprecio é conhecer pessoas locais e ver o mundo com os seus olhos.

Nestes últimos meses, semanas e ainda hoje, tenho recebido tanto amor e carinho dos meus amigos, eles têm-me mostrado vezes sem conta, cada um à sua maneira, o quanto me amam e me estimam e isso, para mim, não tem valor. E o seu amor lembra-me uma das nossas necessidades mais básicas enquanto seres humanos: o de ser amado. Se não me pensassem tola, incluiria em todas as estratégias e planos de ação que escrevo para as instituições, o objetivo “amar todas as crianças, sem discriminação de algum tipo”; e até incluiria indicadores de progresso. Há alguns anos estive lá perto: fui convidada para participar na revisão do programa da UNICEF Reino Unido “Cidades Amigas das Crianças” e uma das áreas prioritárias que tinha sido identificada era “florescer”. Ao ver aquela área prioritária não consegui esconder o meu entusiamo e as colegas inglesas pediram-me que desse asas à minha imaginação. Pela primeira vez, pude escrever num documento estratégico, resultados que tivessem que ver com a autoestima, a confiança em si, a dignidade e a conexão com o outro.

Há algo invisível que nos une e que dificilmente se expõe para palavras – embora os poetas continuem a tentar – o amor, em todas as suas formas. O amor conecta-nos ao outro, leva-nos a querer ser uma melhor versão de nós mesmos, eleva-nos. Sinto uma gratidão enorme aos amigos que tenho feito ao longo do caminho, aos que me acompanham há décadas, aos que têm vindo e indo e aos que chegaram há pouco. Tenho muita sorte em vos ter na minha vida e espero dar-vos de volta pelo menos uma parte do que vocês me têm dado.

Ana

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